
1. O que é uma startup?
2. Como a startup funciona?
3. Como é a cultura em uma startup?
4. Como as startups são classificadas?
5. Grandes startups brasileiras
6. Quais são as regiões brasileiras com maior número de startup?
7. Como eu posso trabalhar em uma startup?
8. É possível começar uma startup sem ter dinheiro?
9. Financiamento e valuation das startups
10. Como é o vocabulário das startups?
11. Principais livros sobre empreededorismo
12. Conclusão
De modo resumido, uma startup é uma empresa com um modelo de negócio inovador, repetível e escalável. Ou seja, ele pode ser copiado e expandido conforme demanda, sem prejuízo na qualidade dos serviços ou resultados financeiros.
Inegavelmente, elas têm chamado atenção por seu crescimento acelerado e por apresentarem soluções inéditas para problemas da sociedade. Se você quer saber mais como elas são classificadas, como funcionam, e como são capazes de transformar setores e mercados inteiros, este artigo é para você!
Como dito anteriormente, as startups trazem soluções inovadoras para problemas existentes em todos os mercados, gerando valor para os consumidores.
Lembra quando era preciso ir até agências bancárias para abrir uma conta no banco? O surgimento de bancos digitais, como o Nubank, nasceu para mitigar esse e outros problemas, por exemplo.
Dessa forma, a centralidade no cliente é uma das características principais dessas empresas. Além disso, elas são capazes de aumentar a competitividade entre os mercados, fazendo com que grandes empresas tenham que repensar seus processos, investir em tecnologia e remodelar suas estratégias.
Desde o início, esse modelo de negócio é pensado para grande escala. Por isso, não é raro que, na fase inicial do empreendimento, o fluxo de caixa opere no vermelho. Por outro lado, elas trabalham com estruturas compactas que visam enxugar os custos.
Dessa maneira, seu fator de inovação permite que ela atue em um mercado incerto, em outras palavras, onde ainda não exista público-alvo totalmente definido, ou até que o mesmo esteja satisfeito com as principais marcas e soluções atuais.
O termo startup já era utilizado nos EUA para denominar empresas que estavam desenvolvendo um novo produto ou serviço, todavia, ganhou destaque na Era Digital e na chamada Bolha da Internet, entre 1996 e 2001.
A partir de então, as startups eram um agrupamento de pessoas desenvolvendo uma ideia diferente, inovadora, que abriria um novo mercado ou iria concorrer com as opções atuais, porém, com uma oferta mais eficiente e moderna.
A diferença entre startup e empresa é pequena, mas importante. Toda startup é uma empresa, mas nem toda empresa é uma startup.
Startups são jovens, buscando investimentos para crescer e se firmar no mercado. Elas exploram novidades, enquanto empresas tradicionais repetem o que já foi feito.
Outro ponto é a velocidade: startups focam em crescer rápido, melhorando produtos e ouvindo feedbacks. Diferente de empresas tradicionais, startups precisam de estratégias claras para manter investidores informados sobre seus próximos passos.
As startups possuem estruturas dinâmicas, processos maleáveis e, em geral, menos burocracias. Mas não somente essas características as diferenciam de uma empresa convencional. Entenda a seguir:
As startups usam soluções de automação e outras tecnologias em seus processos para trazer mais eficiência ao empreendimento.
A ideia é reduzir custos e falhas sem que isso, necessariamente, demande grande investimento estrutural em inovações.
A escalabilidade está relacionada ao potencial de crescimento da entrega de valor sem que isso aumente os custos operacionais na mesma proporção.
Por isso, a startup é uma empresa que, desde o começo, foca em um nicho de mercado. Esse nicho deve ter alta demanda para ajudar no crescimento do negócio.
Leia também: Como ter um negócio com escalabilidade?
Para entender a replicabilidade, pense na diferença de um produto industrial para aquele que é fabricado em uma indústria. Essa habilidade de aumentar a entrega de forma quase ilimitada é muito importante para uma startup. Isso não muda as características dos produtos ou serviços oferecidos.
Um exemplo claro disso são as redes sociais. Por mais que a experiência possa variar conforme o volume e o perfil dos usuários na plataforma, sua estrutura em si continua a mesma.
Na etapa inicial da trajetória de uma startup, geralmente, o modelo de negócio é apresentado ao mercado para que só depois seja possível a validação.
Essa inovação acontece por meio de um mínimo produto viável (MVP), desenvolvido para atender a uma demanda latente ou gerar uma disrupção na maneira como determinada necessidade é atendida.
Essa característica faz com que a estratégia que agrega valor ao seus produtos e serviços, tenha um potencial de rentabilidade maior.
No livro A estratégia do Oceano Azul os professores W. Chan Kim e Renée Mauborgne explicam o conceito de inovação disruptiva para tornar a concorrência irrelevante.
Leia também: Inovação disruptiva, incremental e radical: o que é e qual a diferença?
Sem dúvidas, uma das características mais marcantes e comentadas sobre as startups é a sua cultura organizacional e como isso favorece o ambiente de inovação.
Existem inúmeras classificações para as startups. Elas podem ser classificadas por seu porte, momento de mercado ou segmentos em que atuam.
Por exemplo, startups que desenvolvem soluções na área da saúde são conhecidas como healthtechs. Confira as mais comuns:
Quando as startups obtêm sucesso e passam a possuir um valor de mercado acima de U$ 1 bilhão, elas se tornam startups unicórnios.
Aqui no Brasil, nós contamos com unicórnios. Abaixo, será possível conhecer alguns deles, mas se você quiser conferir a listagem completa, acesse a lista de startups unicórnios brasileiros 2024.
Fintech brasileira considerada um unicórnio com foco na desbancarização, ou seja, a desvinculação de produtos financeiros das grandes instituições financeiras, como é o caso da oferta do cartão de crédito, financiamentos e investimentos.
O iFood é uma startup líder em operações na América Latina quando o assunto é delivery de produtos por meio da sua plataforma.
Na plataforma, os usuários têm acesso aos cardápios dos estabelecimentos cadastrados, podem fazer pedidos de alimentos ou outros produtos, escolher a forma de pagamento e acompanhar a logística da sua entrega.
A empresa de pagamentos foi fundada em 2013 e, cinco anos depois, fez seu IPO na Nasdaq, quando captou US$ 1,2 bilhão.
O Wellhub é uma plataforma de bem-estar corporativo, anteriormente conhecida como Gympass, que oferece soluções abrangentes para o bem-estar físico, mental e emocional dos colaboradores de empresas.
A ideia da Gympass é permitir o uso de milhares academias diferentes pagando uma única assinatura. O conceito, que já era atrativo para consumidores finais, tomou proporções maiores quando a startup se voltou para clientes corporativos.
No Brasil, também existem algumas regiões de maior desenvolvimento de startups. Entre elas, podemos destacar:
São Paulo: Com polos tecnológicos espalhados, como em São José dos Campos, que abriga empresas de aviação como a Embraer. O estado também é forte em automotivo, energia, e-commerce e comunicação, contando com 13 parques tecnológicos credenciados e 9 provisórios.
Rio de Janeiro: Conhecido por sua ligação com universidades locais, o estado foca em soluções para meio ambiente, biotecnologia, energia e comunicação.
San Pedro Assis Valley (Belo Horizonte): um trocadilho com o nome de um bairro de Belo Horizonte onde algumas startups surgiram, foram incubadas ou fomentadas pelo programa do governo local, chamado Seed.
Ilha do Silício (Florianópolis): Focada em tecnologia para saúde, economia e energia, com destaque para o projeto Sapiens.
Outras regiões em crescimento incluem Recife, Itajubá, Campinas, e Santa Rita do Sapucaí, focadas em eletrônica e soluções digitais.
Para se adaptar bem à informalidade e efervescência de uma startup, é preciso estar se alinhar com esse estilo de negócio. Segundo o artigo de Jeffrey Bussgang na Harvard Business Review de 2017, algumas habilidades são essenciais:
Leia também: Como é trabalhar em startup? Vantagens e desvantagens.
Sim, é possível começar uma startup sem muitos recursos! Porém, trata-se de um processo que será muito mais complexo.
Por isso, para criar sua própria startup, o empreendedor deve entender as respostas para algumas das perguntas mais comuns quanto a esse modelo de negócio:
As ideias inovadoras surgem quando uma dor das pessoas ou de um negócio é percebida.
Porém, é importante ressaltar que, além de uma boa ideia, é preciso ter um plano que torne sua execução factível. Um dos pilares da inovação é fazer melhor do que o produto ou serviço já existente, mas com um melhor custo-benefício para os produtores.
Portanto, além de solucionar, fazer melhor do que uma solução atual, a ideia também precisa ter uma relação econômica atrativa para investidores e, claro, para consumidores finais.
Leia também: Entenda como validar uma ideia de startup.
Resumidamente, podemos listar as etapas, como:
Depois da ideia e da conclusão das etapas para a criação da sua startup, é preciso focar nos elementos que vão fortalecê-la, certo?
Por isso, fazer networking com empresas relacionadas, outros empreendedores e especialistas na área é fundamental. Isso permite criar conexões, parcerias e a ampliação da rede de contatos que podem ajudar a alçar voos maiores.
Ao mesmo tempo, a gestão da startup também é essencial, com destaque para a revisão das metas e planejamentos que elas realizam para saber se a empresa está indo na direção certa ou se precisam fazer ajustes.
Por fim, a resiliência também é um fator importante para o crescimento da empresa, afinal de contas, o cenário de incertezas do mercado que a startup se insere é desafiador.
Se o empreendedor não tem o capital necessário para começar, incubadoras, aceleradoras e venture capital são os caminhos mais comuns.
Para ser incubada, acelerada ou atrair venture capital, é preciso entender o valuation — o valor de mercado da startup. Além disso, os critérios tradicionais como vendas e patrimônio, startups também são avaliadas por:
Os cálculos de valuation podem ser feitos de várias maneiras. Um método é somar os ativos e o lucro líquido. Outro é estimar quanto um empreendedor precisaria investir para começar o negócio do zero.
Se o nome Venture Capital (VC) causou estranheza, saiba que o universo das startups possui um vocabulário particular, repleto de termos em inglês e muitas siglas. Algumas delas, são:
Pivotar: termo que vem do inglês pivot, ou, mudar. No caso das startups, está relacionado a revisão do cenário, mudança da perspectiva para identificar oportunidades e, se for o caso, alterar seu foco;
MVP: sigla em inglês para Mínimo Produto viável, que é o item de venda com suas funcionalidades mais básicas para oferecer ao mercado;
B2B: relação de venda, de empresa para empresa;
B2C: relação de venda, de empresa para consumidor final;
Investidor-anjo: pessoa física que possui capital e interesse em investir nas startups;
Lean startup: uma forma de enxugar a estrutura da startup e fazer com que ela trabalhe no máximo da eficiência de seus recursos, físicos e humanos;
KPI: indicadores de performance que startups utilizam para estabelecer metas do negócio;
Open innovation: são programas de grandes empresas que visam a aquisição de produtos e serviços das startups;
Outsourcing: é o processo de terceirização de parte do processo de um negócio;
Pitch: um discurso de venda que pode para apresentar a ideia de uma startup;
Stakeholders: são os fornecedores, acionistas, governo, clientes, sócios e demais envolvidos no negócio que influenciam suas decisões;
Venture capital: capital investido em negócios com grande potencial de crescimento e rentabilidade, que demanda maior avaliação de risco;
Para inspirar e trazer ideais de gestão para sua startup, ler alguns best sellers sobre startups é uma ótima opção. Aqui vão algumas sugestões de leitura.
A Startup Enxuta (Eric Ries): Introduz o conceito de inovação contínua e gestão eficiente para startups. Foca em testar, aprender e ajustar o modelo de negócios rapidamente. É um dos livros mais tradicionais do segmento. Por isso, vendeu mais de um milhão de cópias.
Nada Easy (Tallis Gomes): Relata a jornada do criador da Easy Táxi e Singu. Tallis mostra, aliás, que o sucesso vem de uma gestão baseada em números e precisão, sem fórmulas mágicas.
Traction (Gabriel Weinberg e Justin Mares): Ensina como ganhar tração no mercado, focando em estratégias de marketing viral, relações públicas e anúncios pagos para atrair clientes.
Negócios Digitais (Alan Pakes): Oferece estratégias para empreender no mundo digital, destacando como conquistar audiência, vendas online e mindset empreendedor.
Saber o que é uma startup é apenas um começo, mas, de certa forma, muito inspirador, não é mesmo?
E para as corporações tradicionais, colaborar com startups por meio da inovação aberta é uma maneira poderosa de se beneficiar da agilidade e inovação desses novos negócios.
Por conseguinte, ao abrir suas portas para soluções externas, as grandes empresas podem acessar tecnologias disruptivas e ideias frescas, acelerando seu próprio processo de inovação.
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