
1. O que é uma edtech?
2. Como as edtechs utilizam tecnologia na educação
3. Categorias que as edtechs atuam
4. Quais os benefícios das edtechs?
5. Quais os desafios das edtechs?
6. Tecnologia e educação: tendências pedagógicas para
20257. Conclusão
Edtech, abreviação de educational technology, é o termo usado para definir startups que aplicam tecnologia com o objetivo de melhorar o aprendizado e otimizar processos pedagógicos.
Em um cenário cada vez mais digital, as soluções de tecnologia educacional têm transformado a forma como o ensino é planejado, entregue e avaliado, promovendo inovações tanto para instituições quanto para alunos e professores.
No contexto da América Latina, o Brasil se consolida como o maior ecossistema de edtechs da região segundo o EdTech Report 2025, reunindo 47% de todas as startups de educação LATAM, com destaque para iniciativas voltadas à aprendizagem, capacitação profissional e metodologias de ensino mais eficientes.
Edtechs, abreviação do inglês educational technology, são startups que utilizam tecnologias digitais para transformar e melhorar o processo educacional.
Elas desenvolvem soluções como plataformas digitais, softwares educativos e utilizam inovações como, por exemplo, inteligência artificial, gamificação e realidade aumentada com o objetivo de oferecer uma educação mais acessível, eficiente e personalizada.
Essas empresas surgiram como resposta às necessidades contemporâneas da educação, especialmente diante das mudanças aceleradas no mercado de trabalho e na sociedade. Além disso, desempenham papel estratégico na formação profissional contínua, preparando pessoas para novas habilidades e competências exigidas hoje e no futuro.
Dessa forma, as edtechs se tornam essenciais por atender diretamente aos desafios econômicos, sociais e tecnológicos do mundo atual, garantindo uma aprendizagem alinhada às demandas reais da sociedade.
O crescimento acelerado das edtechs está diretamente relacionado à transformação digital do setor educacional, potencializada por mudanças sociais e econômicas recentes.
Com mais de 1.300 edtechs na América Latina, o setor já movimentou cerca de US$ 883 milhões entre 2017 e o início de 2025. Nesse cenário, o Brasil lidera concentrando quase 80% dos investimentos e reunindo 905 startups, representando um total superior ao dos demais países somados.
Após o pico entre 2020 e 2021, os aportes entraram em uma fase mais seletiva, priorizando rodadas qualificadas e critérios mais rigorosos. Consequentemente, sinalizando a maturidade do ecossistema e sua adaptação às novas dinâmicas globais de capital. Entre os principais fatores que têm impulsionado esse crescimento estão:
As edtechs se organizam em diferentes frentes, refletindo a diversidade de soluções voltadas ao setor de educação. A seguir, destacamos algumas das principais categorias :
A Inteligência Artificial é uma tecnologia que permite que máquinas analisem dados e tomem decisões sozinhas. Enquanto o Machine Learning, uma área dentro da IA, faz com que esses sistemas aprendam com a prática, ou seja, quanto mais dados recebem, mais se aperfeiçoam.
Nas edtechs, essa tecnologia é usada para criar trilhas de aprendizagem personalizadas, ou seja, cursos que se adaptam ao ritmo e estilo de aprendizado de cada aluno.
A empresa, Cogna, por exemplo, é conhecida por utilizar um assistente virtual chamado EDU para analisar o desempenho dos estudantes e sugerir conteúdos específicos, ajudando-os a superar dificuldades de aprendizado de maneira mais eficaz.
Leia também: Machine Learning: o que é aprendizado de máquina?
As tecnologias de Realidade Virtual (VR) e Realidade Aumentada (AR) estão ajudando a transformar a maneira como se aprende. A Realidade Virtual cria um ambiente digital completamente novo, onde o aluno pode, por exemplo, "entrar" em uma simulação de laboratório ou visitar outro país sem sair da sala de aula.
Por exemplo, na área da medicina, as startups de tecnologia usam VR para criar simulações de procedimentos médicos sem o risco de prejudicar um paciente real.
Enquanto que na engenharia, a AR pode ser utilizada para ensinar como montar uma máquina, visualizando as peças de forma interativa, o que facilita o entendimento.
Outra tecnologia presente na educação é a gamificação, que envolve o uso de elementos de jogos, como pontos, recompensas e rankings, para tornar o aprendizado mais envolvente e divertido. Desse modo, o aluno é incentivado a participar ativamente, o que aumenta seu interesse e motivação para aprender.
Um exemplo são plataformas como Kahoot!, que permitem que os professores criem quizzes interativos nos quais os alunos competem em tempo real.
Além de ajudar a fixar o conteúdo de forma divertida, a gamificação também incentiva os alunos a se desafiarem, o que pode melhorar a retenção de informações.
As edtechs se organizam em diferentes frentes, refletindo a diversidade de soluções voltadas ao setor. A seguir, destacamos algumas das principais categorias segundo o EdTech Report 2025:

Com 48% das startups do setor, essa é a principal categoria entre as edtechs na América Latina. Nesse contexto, voltada para o consumidor final (B2C), ela inclui cursos online, plataformas adaptativas e modelos flexíveis. Sobretudo, essas soluções favorecem o acesso em escala e se destacam pela usabilidade e pelo foco no aluno.
Exemplos de startups:
Com 30% de participação, essas edtechs oferecem recursos digitais voltados ao aprendizado personalizado, como apps de reforço, simulações, tutoria e preparação para provas. Assim, são soluções que aproveitam o uso da tecnologia para criar experiências de aprendizagem mais autônomas e engajadoras.
Exemplos de startups:
Com cerca de 18% das edtechs, essa categoria é voltada ao público B2B, principalmente instituições de ensino. As soluções vão desde sistemas de gestão até ferramentas para organização de currículos, controle financeiro e indicadores pedagógicos. Inclusive, o modelo predominante é o SaaS, com forte presença em redes privadas e públicas.
Exemplos de startups:
Com presença mais discreta (3,6% das edtechs mapeadas), essa categoria reúne startups que facilitam o acesso à educação, como marketplaces de professores, distribuição de conectividade e soluções financeiras para estudantes. Ainda assim, mesmo com menor volume de capital, é um setor importante para inclusão e democratização do ensino.
Exemplos de startups:
As soluções de edtechs impactam diretamente o ensino, tornando o aprendizado mais eficiente, acessível e centrado no aluno. Sobretudo, com soluções que usam IA, fornecem automações e análises de dados, essas startups fortalecem a educação em múltiplas frentes. Confira os principais benefícios a seguir:
Com apoio de algoritmos de inteligência artificial, é possível adaptar conteúdos ao perfil de cada estudante, considerando seu ritmo, preferências e nível de conhecimento.
Dessa maneira, isso cria trilhas de aprendizagem mais relevantes e eficazes, facilitando a assimilação de conteúdos e a progressão individual dos alunos.
Recursos como gamificação, simulações e plataformas imersivas tornam o aprendizado mais dinâmico e envolvente.
Além disso, essa interatividade favorece o interesse contínuo dos alunos, especialmente em ambientes digitais, e reduz a evasão escolar em cursos online.
As tecnologias automatizam tarefas operacionais como correção de exercícios, organização de agendas e gestão de desempenho.
Assim, isso libera tempo para que os educadores foquem em atividades mais estratégicas, como o acompanhamento individual de alunos e a construção de vínculos pedagógicos.
Soluções digitais reduzem barreiras geográficas e econômicas, permitindo que mais pessoas tenham acesso a conteúdos de qualidade.
Plataformas com modelos híbridos ou 100% online democratizam o ensino e ajudam a combater desigualdades educacionais.
Apesar dos avanços, o uso de tecnologias educacionais também enfrenta desafios importantes.
O setor de edtechs segue em expansão acelerada. A crescente digitalização do ensino, combinada ao avanço das tecnologias imersivas e da inteligência artificial, vem transformando a forma como se aprende e exigindo novas abordagens de quem oferece soluções educacionais.
O Edtech Report 2025 do Distrito traz um panorama de tendências que devem pautar o setor nos próximos anos. Veja os destaques abaixo.
Em um cenário onde o tempo médio de atenção em frente a uma tela caiu de 150 para apenas 47 segundos, segundo estudo da Universidade da Califórnia, o grande desafio é conseguir manter a atenção do aluno.
É aí que o edutainment, combinação de educação com entretenimento, entra como protagonista. Plataformas como Duolingo e Kahoot! mostraram que unir conteúdo e gamificação pode ser altamente eficaz para engajar e reter. E o mercado estima que o setor de edutainment pode movimentar US$ 5,8 bilhões até 2029, segundo a Data Bridge Market Research.
O formato deixa de ser um “plus” e passa a ser estratégia central. Ou seja, o que era visto como distração, agora é solução legítima para reter atenção e estimular o aprendizado.
Upskilling é o processo de atualizar habilidades dentro da própria área de atuação, geralmente para acompanhar novas tecnologias, métodos ou ferramentas. Ao contrário do reskilling, que envolve uma mudança de função, o upskilling aprofunda o conhecimento já existente.
Em 2024, o World Economic Forum mostrou que 50% da força de trabalho global completou treinamentos, número superior aos 41% de 2023. Nesse sentido, empresas que investem nessa prática têm desempenho melhor em lucro, atração e retenção de talentos.
Leia também: Capacitação e qualificação em IA: importância e como começar
A adoção de tecnologias como realidade aumentada (AR) e realidade virtual (VR) avança rapidamente. Antes restritas a pilotos em instituições com alto poder de investimento, agora começam a se tornar mais acessíveis, impulsionadas pela queda de preços, novas políticas públicas e maior maturidade técnica do mercado.
Projeções da Future Market Insights indicam que o mercado de AR/VR na educação deve ultrapassar US$ 116 bilhões até 2035, com um CAGR de 15,7%.
Essas tecnologias abrem espaço para experiências de aprendizagem mais envolventes, simuladas e adaptadas ao comportamento das novas gerações. No entanto, ainda enfrentam desafios como alto custo, infraestrutura limitada e escassez de conteúdo pedagógico qualificado.
A inteligência artificial está se consolidando como parte do cotidiano de instituições, professores e alunos.
Segundo a Market Research Future, o mercado global de IA na educação deve sair de US$ 4 bilhões em 2025 para US$ 15 bilhões em 2034.
O crescimento, portanto, é puxado por soluções que atuam desde a adaptação de trilhas de ensino até o desenvolvimento de habilidades críticas para lidar com a própria IA, como ética, criatividade e resolução de problemas.
Leia também: IA na educação: potencial, desafios e futuro do aprendizado
Logo, as edtechs estão promovendo uma reconfiguração profunda no setor educacional, trazendo inovação, acessibilidade e eficiência. Apesar dos desafios, elas têm um grande potencial de impacto positivo, especialmente em um cenário que exige novos formatos de aprendizado.
A fim de desvendar tendências pedagógicas e o uso da tecnologia na educação, o Distrito lançou o estudo inédito EdTech Report 2025. Acesse o relatório e explore as principais tendências, dados de mercado e oportunidades para o futuro da educação.