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Você sabe quem criou o primeiro fundo de criptomoedas do Brasil?

Você sabe quem criou o primeiro fundo de criptomoedas do Brasil?

19 de julho de 2019
3 minutos de leitura
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Artigo atualizado em 19 de julho de 2019

Conheça os sócios da BLP Asset e o que os levou para esse mercado 

Alexandre Vasarhelyi não chegou ontem ao mercado financeiro. Em 20 anos, passou pelas mesas proprietárias de diversas instituições, como banco Indosuez, ING, Pine e Deutsche.  Em 2016, quando vieram lhe falar de bitcoin, não teve dúvida: “isso aí só pode ser esquema, é pirâmide”. A primeira criptomoeda do mundo – e até hoje a mais famosa delas – estava cotada na época a US$ 600 e Alexandre queria distância desse tipo de investimento. No dia 2 de janeiro do ano seguinte, no entanto, o bitcoin rompeu a barreira dos US$ 1 mil  e sua percepção mudou. “Eu pensei: peraí, tenho que olhar isso com calma”, lembra.

Naquele ano, Alexandre se dedicou a estudar as criptomoedas e se uniu a outros dois veteranos do mercado financeiro que também estavam se tornando entusiastas da nova e desafiadora modalidade de investimento. Glauco Cavalcanti começou no Garantia em 1989 e depois atuou por 25 anos no Credit Suisse (que comprou o banco brasileiro). Foi lá que ele conheceu Axel Blikstad, que mais tarde trabalhou na tesouraria do BTG, de onde saiu em 2016 para investir em startups de tecnologia.

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Sócios da BLP Asset, os três lançaram em janeiro do ano passado o primeiro fundo de criptomoedas do país, voltado para investidores profissionais (com mais de R$ 10 milhões para investir). Com aplicação mínima de R$ 100 mil, esse fundo, sediado no Brasil, tem como ativo cotas do Genesis Block Fund, um fundo estrangeiro composto pelas 10 principais moedas digitais do mundo (são 4 mil no total).

Em outubro, a BLP foi novamente pioneira e lançou o primeiro fundo de criptomoedas do mercado brasileiro para o varejo, com aplicação inicial de R$ 1 mil. A composição segue o regulamento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para esse tipo de produto: 80% estão em títulos públicos e 20% em fundos do exterior, cujos ativos são moedas virtuais.

Estruturar um produto como esse não é tarefa para amadores. “Se fosse um outro fundo levaríamos até dois dias para protocolar e mandar bala”, diz Alexandre. “Esse levou seis meses, porque tínhamos de enfrentar uma batalha por dia.” O trio já sabia que seria complicado, afinal decidiu apostar em um mercado que, segundo eles, é comparável à internet antes do browser, o navegador.

Por estar neste estágio, o produto, naturalmente, é de alto risco. “Se você ler o regulamento, não compra o fundo: são 22 fatores de risco”, brinca Alexandre. “O que leva as pessoas a comprarem é a relação risco retorno e a garantia de que temos três pessoas, com mais de 75 anos de experiência em gestão de risco, trabalhando em criptoativos. Não é uma aventura.”

Na ponta do lápis

Em seus três primeiros meses, o BLP Criptoativos FI Multimercado, voltado para o varejo, deu retorno negativo. De fevereiro deste ano em diante, os ventos mudaram. Em 2019, o fundo já acumula um retorno de 20,6%, enquanto o do CDI foi de 3,07%. Já o BLP Crypto Assets, para profissionais, registrou um retorno negativo de 77,9% em 2018 e acumula alta de 139,7% entre janeiro e junho deste ano.